terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

UNE DE LUTO: MORREU NEUTON MIRANDA

Fausto Ñeto, Vice Norte da UNE. Rodrigo Moraes, presidente da UJS/PA. Protógenes Queiroz e Neuton Miranda





        Os últimos dias foram de imensa tristeza e luto para o povo do Pará. Aproximadamente às 23 horas do último sábado falecia Neuton Miranda, vítima de um enfarto enquanto distribuía títulos de terra para ribeirinhos da cidade de Belterra (PA), a serviço da Gerência Regional do Patrimônio da União.

       O falecimento de Neuton é uma perda irreparável não só para os militantes do PC do B, partido do qual era presidente no Pará, mas sim para toda a sociedade brasileira e mais intensamente para aqueles partidos e movimentos que tem em suas raízes a identificação com as causas dos trabalhadores.

       A nossa nação perdeu um valoroso cidadão e a esquerda brasileira terá que seguir caminho na ausência de seu mestre determinado e inconteste líder. A União Nacional dos Estudantes, entidade que durante seus mais de 72 anos de história sempre esteve presente nas lutas populares, se sente no dever de prestar a última homenagem a este grande lutador do povo que foi Neuton Miranda.

       Foi quando assumiu a tarefa de ser Vice Presidente da UNE na gestão encabeçada pelo valoroso Honestino Guimarães, até hoje desaparecido por ousar enfrentar o regime de exceção, que a história de Neuton se cruzou com a história da UNE em um dos momentos mais decisivos da luta política, momento em que os estudantes se mobilizavam no país inteiro para resistir à atroz ditadura que usurpou dos brasileiros a oportunidade de viver em uma sociedade com o mínimo de legalidade democrática. Mesmo na clandestinidade o camarada “Viet” (codinome clandestino) não se eximiu de ajudar a construir a nossa entidade, escrevendo seu nome na história da resistência estudantil.

       Todas as dificuldades impostas pela vida foram sempre superadas de forma coerente e sábia por este grande militante. Sua vida foi marcada pelo vigor revolucionário dos justos e pela valentia de um guerreiro que morre sem nunca ter baixado a cabeça ou estremecido em suas convicções nos momentos em que era atacado pelas elites e pelos oligarcas aos quais combatia.

       É por isso que a União Nacional dos Estudantes também chora a morte de Neuton Miranda e ao mesmo tempo conclama todos os estudantes a manterem a sua luta, pois seu exemplo de vida engrandece a rebeldia da juventude e dignifica a honra e a glória daqueles que bravamente fizeram a opção de cerrar fileira ao lado das lutas do povo.

       A UNE lamenta a grande perda na certeza de que as lembranças do nosso ex – Vice Presidente que hoje nos fazem chorar desde já nos impõem o dever de continuar seu legado, imbuídos da mesma convicção inabalável que lhe caracterizou em vida.

       O homem se foi, mas sua biografia e seus ideais continuarão eternamente a embalar os sonhos daqueles em cujos corações ainda arde a chama revolucionária do socialismo e a certeza de que só a luta muda a vida.

        Neuton Miranda, presente!








terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Estudantes vão às ruas contra o aumento da passagem de ônibus!




Surpreendidas pela solicitação feita ao Conselho de Transporte de Belém pelos empresários para que a tarifa de transporte urbano da região metropolitana aumente dos atuais R$1,70 para R$ 1,97, as entidades estudantis convocaram os estudantes para irem às ruas.
Portando faixas, bandeiras e carro som, mais de uma centena de estudantes fizeram uma manifestação ontem em frente ao prédio da Prefeitura de Belém, chegando a fechar a Avenida 16 de novembro por mais de meia hora.
Segundo o representante da UNE na região norte, Fausto Bulcão Neto, o reajuste solicitado pelos empresários é abusivo, pois R$ 0,27 representa um percentual de aumento de 17%, o que é muito superior ao índice inflacionário e ao reajuste do salário mínimo concedido recentemente aos trabalhadores.
Ao ser interpelado sobre a apresentação da planilha de custos e sobre a argumentação da SETRANS-BEL de que Belém tem a menor tarifa urbana dentre as capitais brasileiras, o representante da UNE respondeu. “Não adianta alardear que temos a menor tarifa das capitais brasileiras, por que temos também, comprovadamente, um dos piores serviços de transporte urbano do país. A compra de veículos novos apresentados na planilha já foi denunciada pelo Ministério Público, justamente porque os ditos ônibus novos são veículos reformados, com vários anos de uso, trazidos de estados como RJ, ES e MG. Por outro lado, se formos fazer uma analogia em relação ao preço das tarifas iremos perceber que grande parte das cidades com passagem de ônibus mais cara conta com estrutura de terminais de integração, etc, o que não existe em Belém.”
O representante da UNE também chamou a atenção para o fato de que o aumento passará a comprometer cerca de 20%, segundo dados do DIEESE, do orçamento de um trabalhador que recebe um salário mínimo, alertando que grande parte dessas pessoas são estudantes que precisam dividir seu tempo entre a universidade e o trabalho.
O diretor da União Acadêmica Paraense (UAP), Pedro Fonteles, explicou que a mobilização foi parte de uma série de atos contra o golpe do município de aumentar a passagem de ônibus. “O que nós queremos é o congelamento dessas tarifas, porque entendemos que é inviável o trabalhador gastar 20% do seu salário com transporte”. Pedro afirmou que o protesto foi para denunciar à população a prática do governo, que se coloca a favor dos empresários e contra a população.
Depois do final da manhã, a reunião do Conselho de Transportes decidiu por uma tarifa de R$ 1,90, sob protesto dos empresários e representantes dos estudantes. Hoje, a assessoria de imprensa do poder executivo divulgou que o prefeito homologará a tarifa de R$ 1,85, representando um aumento 8,8%.
Após a manifestação do executivo municipal, Fausto Neto (UNE) falou por telefone que as entidades estudantis continuarão as mobilizações contra o reajuste, não aceitando negociar qualquer espécie de aumento enquanto as solicitações não levarem em conta o poder aquisitivo da população e enquanto o Conselho de Transporte continuar se reunindo apenas para discutir reajuste, eximindo-se das discussões a respeito da melhoria da qualidade do transporte urbano na região metropolitana de Belém.
Fonte: Portal Cultura.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010





UNE quer 50% dos recursos do fundo do pré-sal para educação



         O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, reivindicou, em reunião com o presidente Lula, nesta terça-feira (19), que o governo se empenhe mais nas discussões para que parte dos recursos do Fundo Social do Pré-sal sejam investidos em educação e em projetos que aumentem o tempo de permanência dos brasileiros na escola.

         Chagas afirmou que, apesar das políticas educacionais nos últimos anos terem apresentado melhorias na qualidade do ensino do país, é preciso ampliar os investimentos no setor. Segundo ele, a média de permanência do brasileiro adulto na escola é de sete anos e que não chega a 30% o percentual de escolas públicas que têm uma quadra de esportes.

         O salário dos nossos professores ainda é muito defasado e o Brasil tem apenas 13,9% de jovens, de 18 a 24 anos, com acesso à universidade. Isso tudo demonstra a necessidade de se aplicar melhor os recursos em educação, principalmente, em aumentar o aporte de recursos em educação. Portanto, na nossa avaliação, essa questão do fundo será muito importante", disse o presidente da UNE.





Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nomeação para o Conselho Estadual de Educação

DECRETO DE 29 DE SETEMBRO DE 2009


Substitui membro do Conselho Estadual de Educação-CEE.


            O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ EM EXERCÍCIO, usando das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 135, inciso V, da Constituição Estadual, e
              Considerando o disposto no art. 13 da Lei nº. 6.170, de 15 de dezembro de 1998;
            Considerando os termos do Ofício nº. 2.468/2009-CEE, de 1º de setembro de 2009, do Conselho Estadual de Educação;
             Considerando os termos do Parecer nº. 618/2009 da Consultoria Geral do Estado,
R E S O L V E: 
Art. 1º Exonerar o membro do Conselho Estadual de Educação-CEE a seguir relacionados, representante dos Alunos do Ensino Superior:
MARCELA CARDOSO RODRIGUES
Art. 2º Nomear, para o Conselho Estadual de Educação-CEE, o membro a seguir relacionados, representante dos Alunos do Ensino Superior:
MANOEL FAUSTO BULCÃO CARDOSO NETO
Art. 3º O membro ora nomeado completará o mandato do substituído mencionado no art. 1º.
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.


                           PALÁCIO DO GOVERNO, 29 DE SETEMBRO DE 2009.




ODAIR SANTOS CORRÊA

Governador do Estado em exercício

 

 

Agora é oficial. Posse no dia 15 de outubro!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Análises sobre o debate da MTV



              Anteontem pela noite, como foi noticiado por este blog, aconteceu um debate na MTV que tinha como tema os questionamentos sobre a importância do Pré Sal para o desenvolvimento do país e para a sociedade Brasileira. Neste debate estiveram presentes além do Presidente da União Nacional dos Estudantes, Augusto Chagas, um representante do Partido Verde, uma repórter do Estadão, um membro do GreenPeace, um representante da Federação Única dos Petroleiros e um filiado à JPSDB de São Paulo.

              Antes de iniciar a análise é bom ressaltar que as idéias reacionárias e conservadoras acabaram se sobressaindo, em grande parte pela composição da mesa, que privilegiou uma linha de pensamento conservadora a respeito do tema. Ficaram caracterizados dois lados: um formado pelo representante da FUP e pelo presidente da UNE e outro formado pelos outros debatedores, apoiados pela “porra-louquice” do apresentador, o famigerado e desnorteado Lobão.

1. As idéias superficiais, pequeno-burguesas e confusas do Apresentador:

              Ao iniciar o debate, foi logo perceptível a confusão que ia ser feita pelo apresentador. Iniciou o debate apoiando os argumentos do representante do PV, falando que a Petrobras era uma entidade corrompida por interesses políticos; após isso deu apoio ao oportunismo do representante do PSDB, falando que as discussões sobre o marco regulatório eram uma “arrogância do governo” para “sacanear” com o povo. Mais tarde, depois da fala da representante do Estadão, praticamente afirmou que a exploração do Pré-Sal era uma furada e que o Brasil deveria construir um grande projeto de aproveitamento de energia eólica no litoral Brasileiro. Aproveitou para meter o pau no governo afirmando que ao explorar o Pré Sal deixava-se de lado os projetos relacionados ao Etanol, para, no bloco seguinte afirmar que os projetos do Etanol eram prejudiciais porque iriam transformar o Brasil em um grande canavial. Ainda teve tempo para defender que o Pré Sal fosse explorado apenas por empresas estrangeiras sobre o argumento de o governo gastaria muito sem ter retorno. Típico argumento neoliberal que foi colocado em prática até antes do governo Lula, quando FHC entregou quase toda a exploração para o capital internacional, iniciando um processo de sucateamento da Petrobras.

              Além de tudo, Lobão não permitiu que ninguém falasse ou conseguisse concluir uma linha de raciocino sequer, porque sempre interpelava os debatedores no meio de suas falas para soltar idéias vagas ou fazer outras perguntas antes que as pessoas tivessem respondido as primeiras. Isso ficou claro quando a palavra foi dada para Augusto Chagas, que iria começar a falar a respeito das idéias da UNE para o aproveitamento do Pré Sal, mas foi interrompido por outra pergunta de Lobão, claramente maldosa, que relacionava a UNE com o governo. Após todos os outros debatedores terem falado diversas besteiras a respeito do tema, seria um erro se o representante da entidade estudantil não demarcasse pela esquerda a respeito desse tema tão importante. Augusto, falou a respeito da posição da UNE em relação ao Pré-Sal, mas foi interrompido por Lobão; a partir daí iniciou-se uma discussão entre os debatedores e a programação entrou em intervalo comercial, sem que o representante dos estudantes concluísse seu raciocínio.
              Enfim, o debate promovido por Lobão acabou sendo, literalmente, um rebú.

2. O oportunismo de uns e a tática de tergiversar o debate de outros:

           Mas os absurdos maiores ficaram para os debatedores, principalmente para o representante do PSDB e do Estadão. O Jovem Claiton Xavier, da JPSDB, começou afirmando que o Pre-Sal era uma conquista do povo brasileiro e não do presidente Lula, tentou dizer que o governo FHC era responsável pelo início dos avanços na área e afirmou que o debate sobre o marco regulatório era uma estratégia para não dialogar com o povo sobre o assunto. Sobre estes três argumentos, gostaria de fazer três respectivas considerações:

a) Todos nós cidadãos e militantes políticos temos certeza de que o Pré Sal é sim uma vitória do povo brasileiro, mas também temos clareza que ela só foi possível graças a orientação intervencionista e desenvolvimentista do Governo Lula. Se algum governo no país contribuiu para essa conquista, absolutamente não foi o governo FHC. Logo no início de sua “era maldita” o presidente que queria “virar a página da era Vargas no Brasil” atacou a soberania do país com a quebra do monopólio do petróleo por meio da Lei nº 9478/97. A partir desse momento, tudo o que fosse descoberto pelo governo era entregue ao capital privado, em sua maior parte internacional, restando ao país apenas os parcos impostos. Após isso, FHC levou em frente uma verdadeira política de lesa pátria, enquanto seus ministros, como Motta, afirmavam que a Petrobras era um “gigante inútil” iniciou-se um processo de desmonte da estatal, com diminuição de recursos, extinção de financiamentos, diminuição e enxugamento das estruturas, terceirização e precarização da mão e obra, etc. O governo FHC não acreditava que a Petrobras fosse importante para o país, por isso, além de sucateá-la, deixou de investir na pesquisa sobre novos campos e bacias no litoral brasileiro, a produção diminuiu bastante, plataformas afundaram, o projeto de FHC era que a Petrobras fosse investir em Cingapura, por isso tentou transformá-la em PETROBRAX. Enquanto na Era FHC o governo investia pouco menos de 200 milhões anuais em prospecção, no governo Lula o investimento nessa área e em pesquisa sobre novos poços chega quase em 300 milhões por mês. Foi o governo Lula que estancou o processo de sucateamento da estatal, o processo de terceirização da mão de obra, aumentou consideravelmente os investimentos, a produção aumentou e atingimos a nosso auto-suficiência, novas bacias foram descobertas, passamos a ser a maior empresa mundial em prospecção de petróleo e uma das mais lucrativas do mundo. Enquanto FHC retrocedeu nessa área, foi no governo Lula que tivemos a oportunidade de discutir os rumos do nosso recurso natural e encará-lo como importantíssimo instrumento estratégico de geração de desenvolvimento e melhorias sociais. Enquanto no governo FHC ficávamos apenas com os parcos tributos e víamos as multinacionais encherem seus bolsos com os lucros de nossos recursos, hoje temos a oportunidade de nos apropriarmos da maior parte das riquezas, através da criação da nova estatal, e direcioná-las para resolver os problemas históricos do povo e da nação brasileira através do Fundo Social.
b) Enfim, reafirmando o que disse anteriormente, se algum governo precedente contribuiu para as conquistas atuais do nosso país esse governo não foi o de FHC. A política econômica do governo Lula, apesar de ser conservadora em diversos pontos, não é idêntica à política do governo anterior (o que costuma ser bradado por muitos!), para perceber isso basta se informar a respeito das reservas cambiais, do desenvolvimento do sistema produtivo, da geração de emprego e renda, do aumento do crédito, do poder de compra, da qualidade de vida, etc. Se antes BNDES e CEF não serviam praticamente pra nada, hoje cumprem seu papel estratégico de financiadores e fomentadores do desenvolvimento econômico e social. A diferença entre a situação da PETROBRAS no final do Governo FHC e no final do Governo Lula comprova que o comprometimento com a nação brasileira só foi um compromisso do segundo.
c) Ao afirmar que as discussões sobre o marco regulatório da forma como foram colocadas para o Congresso Nacional são uma estratégia para ludibriar o povo, a argumentação do representante tucano esconde dois objetivos mais profundos. O primeiro deles, uma clara diferença ideológica com a orientação majoritária do governo de intervir e iniciar um modesto processo de planejamento do desenvolvimento nacional. Para o PSDB a linha a ser aplicada deve ser a linha privatista, não intervencionista e (neo)liberal, a mesma que norteou o governo FHC e que norteia as administrações estaduais e municipais do PSDB no Brasil inteiro. Por isso se opõem a forma como o governo trata o PréSal, ressaltam mais os custos do que os possíveis lucros. O outro objetivo é claramente oportunista e trapaceiro! Afirmar que o prazo dado para a discussão sobre o marco regulatório é uma arrogância antidemocrática e pedir mais tempo para “debate” é, na verdade, uma tentativa de não aprovar o marco regulatório. Pedir mais tempo do que 60 dias é forçar que o tema seja jogado para o ano que vem, que é ano eleitoral e no qual é impossível aprovar projetos desse tipo. No fundo, no fundo, a intenção é de que as novas normas não sejam aprovadas, continuando a exploração do petróleo nacional nos marcos da lei privatista de FHC (Lei nº 9478/97) em conformidade dom a orientação ideológica dos tucanos.

             No final, o representante do PSDB acabou falando coisas desfocadas a respeito do governo Serra, fugindo do tema do debate e demonstrando que a JPSDB é um reflexo da ala adulta do seu partido: um grupo político sem tática, sem projeto, sem programa e naturalmente sem causas.
              Os demais representantes preferiram tergiversar o debate. Se detiveram em afirmar o quanto o país estava “atrasado” se investisse no PréSal, porque a França investe em tecnologia alternativa, porque o mundo tende a mudar e os combustíveis fósseis tendem a entrar em declínio, porque o Brasil, segundo eles, não possui tecnologia para explorar os poços, porque aquilo geraria riscos de poluição, etc.
              Tergiversar o debate talvez tenha sido a saída encontrada para aqueles que querem falar mal do governo mas não encontram embasamento suficiente diante da grande vitória que é a descoberta e possível exploração do PreSal. No final das contas, não centraram o debate na análise sobre o que ele pode trazer de bom para o país. Esqueceram ou não quiseram dizer que apesar do investimento cada vez maior no desenvolvimento de matrizes energéticas alternativas, o petróleo ainda responde por mais de 60% da matriz energética mundial sem possibilidade, em longo prazo, de deixar essa condição, o que colocaria o Brasil, após explorar as reservas do PreSal, em posição mundialmente confortável e estratégica. Talvez não saibam que o Brasil já possui sim tecnologia para a exploração das reservas e que a Petrobras já obteve sucesso na perfuração de treze poços na bacia de Tupi ou que a empresa prevê gastar mais de 500 milhões em avaliações ambientais, enquanto que a maior parte da energia usada na França, idealizada pelo representante do GreenPeace, é nuclear e gera muito mais riscos que a perfuração de poços.

3. O ponto Dissonante:

               No final das contas, o ponto dissonante foi o representante da FUP em virtude de que o Presidente da UNE foi muito visado e perseguido pelos outros debatedores e pelo apresentador, quase não conseguindo falar. Martin, da FUP, foi lúcido e entrou em cena pronto para o embate ideológico. Com a experiência de quem trabalha na área e com a inteligência de militante político sindical não deixou por menos e foi pra cima. Contestou as informações mal colocadas e o oportunismo da representante do Estadão e afirmou sim que o PreSal representava um grande instrumento de desenvolvimento.
              Ao final de um debate meio desorganizado foram muito oportunas as colocações do presidente da UNE de que o marco regulatório demonstra uma outra orientação ideológica e progressista, que coloca o Brasil em condição importante no cenário mundial. Afirmou ainda a luta intransigente da UNE para que os recursos sejam orientados para a resolução dos problemas da nação e do povo e não para encher os bolsos dos especuladores e mega-investidores internacionais, assim como para que 50% dos recursos do Fundo Social sejam orientados para investimentos em educação. Mas o que mais chamou a atenção e o que vai ficar para ser debatido por muito tempo vai ser a pergunta feita por Augusto para os demais debatedores, porta vozes do fracasso e do pessimismo: “Descobrimos reservas imensas com um potencial de bilhões de barris de petróleo e de trazer para o país trilhões de dólares em lucros. A alternativa de vocês é que deixemos tudo isso lá no fundo do mar?”
              Uma pergunta simples, que leva a muitos pensamentos e formulações, mas que serviu para demarcar definitivamente com a posição descomprometida dos representantes do Partido Verde, da JPSDB, do Estadão (jornal mais conservador do Brasil) e do GreenPeace.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Presidente da UNE participa de debate na MTV, essa noite.

          
             O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, é um dos convidados do MTV Debate de hoje, terça-feira, dia 15/09, às 22h30. O prgrama terá como tema central "O Pré-sal vai salvar o Brasil?". Além do presidente da UNE, também estarão presentes na bancada do programa Paulo César Martin, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cleiton Serafim, da Juventude do PSDB, Andrea Vialli, jornalista do Portal do Estadão, João Talocchi, coordenador da campanha Clima do Greenpeace e Marco Antonio Mroz, do Partido Verde.
           “Está previsto em nosso Projeto de Lei sobre reforma universitária a destinação de 50% de todo o lucro obtido com a exploração do petróleo da camada pré-sal para a Educação. Ou seja, defendemos que metade do fundo soberano, que será criado pela União, seja aplicado na universidade pública e em toda a rede”, afirma Augusto Chagas.
            O programa vai ao ar entre 22h30 e 23h30, em rede nacional pela MTV, com reprise na madrugada do dia 16, à 01h30, e na tarde do dia 17, às 15h.
            Durante o programa é possível participar pelo Twitter - http://twitter.com/mtvdebate ou mandando um recado no mural do programa em http://mtv.uol.com.br/debate/mural.
Fonte: Assessoria de Imprensa da UNE / www.une.org.br
Esse debate ai eu não perco por nada!! Assim que tiver tempo, tentarei fazer um resumo das propostas e dos pontos polêmicos do programa.

Mudanças na rentabilidade da caderneta de poupança: Avanço ou retrocesso?

       
        Com o objetivo de dar mais espaço à política monetária e a uma eventual nova redução do juro básico, o governo vai enviar ao Congresso nesta semana o projeto de lei que taxará, a partir de 2010, o rendimento da poupança com saldo acima de R$ 50 mil por aplicador.
         O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou ontem que o projeto de lei deverá ser enviado nos próximos dias. Questionado, não deu detalhes. Anunciada há mais de 120 dias, a proposta institui a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos das cadernetas com saldo acima de R$ 50 mil a partir de 2010, mas ainda depende da aprovação dos congressistas.
         O objetivo da mudança é evitar que investidores de fundos de renda fixa migrem para a poupança, que não é tributada nem tem taxa de administração. A caderneta ficou mais atraente após os cortes na taxa Selic, que caiu para 8,75%, o menor nível da história.
Fonte: www.zerohora.clicrbs.com.br
A OPINIÃO DO BLOGGER:
         Nada justifica a campanha de denúncias infundadas promovidas pela oposição em relação à medida que irá ser tomada pelo Governo Federal. 
         Com a tendência de redução da Taxa SELIC, com o intuito de fortalecer o aquecimento da economia e do sistema produtivo em tempos de crise, reduzindo o risco de demissões e falências e proporcionando a geração de novos empregos, naturalmente os investimentos em fundos de Renda Fixa tendem a se tornar menos lucrativos do que a Caderneta de Poupança, visto que a poupança tem uma taxa de lucratividade definida em Lei (TR em 6%) e até então é isenta de Imposto de Renda e taxa de administração, enquanto que a queda na Taxa Básica de Juros diminuirá a lucratividade dos fundos, visto que estes são taxados em 22,5% (a curto prazo) e 15% a longo prazo.
         Então, a medida pontual do governo em nada se compara à decisão tomada antes pelo governo Collor, visto que ambas tem objetivos completamente diferentes. A modificação das regras na caderneta de poupança impedirá que grandes rentistas, com medo dos riscos da aplicação nos fundos, transfiram seus recursos para a Caderneta de Poupança, colocando-a como prioridade no jogo das aplicações financeiras e como instrumento especulativo de sustentabilidade do rentismo, afetando a arrecadação do governo com a venda de títulos e o refinancimento da dívida pública.
DESCONSTRUINDO AS FALSAS POLÊMICAS:
          Erra quem tenta denunciar a medida como um estímulo à especulação financeira. Muito pelo contrário, a medida evita que os especuladores que antes aplicavam nos fundos, aufiram renda especulativa com risco menor, ainda de quebra prejudicando a arrecadação e o refinanciamento da dívida. Errado seria se ao invés de mexer nas regras da Caderneta de Poupança, reduzisse a tributação dos fundos, aumentando o lucro dos especuladores e diminuindo a arrecadação pública.
           É claro que o objetivo estrategico de todo o militante de esquerda que se preze é que o País não dependa dos fluxos financeiros, no entanto a inércia em relação a estes acontecimentos poderiam comprometer a capacidade de investimento que é fundamental, inclusive, para a promoção do desenvolvimento. Mas, o mais importante que tudo isso é que o governo mantenha a tendência de redução da Taxa SELIC como forma de fortalecer o desenvolvimento econômico, através do estímulo aos investimentos produtivos e da redução do custo dos financiamentos aos consumidores. Isso fomentaria um ciclo de desenvolvimento a longo prazo, com fortalecimento do sistema produtivo, geração de emprego, renda e fortalecimento do mercado consumidor interno, enquanto que, automaticamente seria fundamental para diminuir a dependência do governo em relação ao mercado financeiro.
        A mudança nas regras nem de longe prejudica os trabalhadores, visto que afetará apenas os rendimentos de Cadernetas acima de R$ 50.000,00, que representam um grupo seleto de apenas 1% dos investidores. 
         Essa é minha opnião de leigo. Mas fica aí o debate!!!