terça-feira, 15 de setembro de 2009

Representante do governo golpista de Honduras é expulso da reunião do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU

   
      O Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH) decidiu nesta terça-feira que o diplomata hondurenho Delmer Urbizo, ligado ao governo do presidente de facto do país, Roberto Micheletti, autor de um golpe de Estado não será aceite no fórum. Para o CDH, apenas um representante do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pode ocupar o assento do país no órgão.
     Numa manobra de bastidores liderada pelo Brasil, diplomatas ligados ao presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, foram expulsos de uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Por trás do episódio - que levou a um impasse de quase um dia na sede de Genebra da organização - estava a batalha envolvendo o reconhecimento internacional do governo golpista.
      O presidente do CDH, o embaixador belga Alex Van Meeuwen, anunciou que o conflito criado pela representação de Honduras já tinha sido resolvido e que, portanto, o organismo da ONU poderia continuar com os trabalhos interrompidos desde segunda-feira por este motivo. O embaixador Delmo Urbizo tinha sido nomeado pelo Governo de Manuel Zelaya, mas depois expressou sua fidelidade a Micheletti.
      Vários países latino-americanos recusavam-se a deixar a reunião do órgão começar com o embaixador hondurenho pró-Micheletti na sala. Já o diplomata afirmava ser o representante de um governo legítimo, insistindo que não sairia da sala. Ao final do dia, entre gritos e conversas nos corredores e salas da ONU, Urbizo foi acompanhado por seguranças para fora da reunião.
     Legalmente, o encontro foi apenas suspenso a pedido do Brasil. A participação do diplomata pró-Micheletti na organização será avaliada por assessores legais em Nova York. O hondurenho, porém, foi impedido de voltar à sala e vários diplomatas consideraram a expulsão como facto consumado.
      "A orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do chanceler Celso Amorim é de que eles (diplomatas pró-Micheletti) não podem participar", explicou a embaixadora do Brasil, Maria Nazareth Farani Azevedo. Segundo ela, há resoluções e decisões em um número suficiente para impedir que um representante de Micheletti seja aceite numa reunião da ONU.
       Inconformado, o hondurenho tentou causar um tumulto. "Nós voltaremos", gritou o embaixador aos diplomatas na sala, ao ver que seu microfone tinha sido cortado. Urbizo disse que retornará à ONU após as eleições hondurenhas, marcadas para novembro. "Vão ter de engolir tudo o que disseram. Vão ter de engolir isso. Vou voltar e colocá-los no seu lugar", disse Urbizo, em referência ao presidente deposto, Manuel Zelaya.
        Urbizo responsabilizou diplomatas brasileiros pela manobra. "Fui hostilizado, especialmente pelo Brasil", acusou. O Itamaraty admitiu que a manobra tinha o apoio velado da Casa Branca. A diplomacia brasileira não escondia o seu papel na articulação da expulsão do hondurenho. O objectivo brasileiro é isolar o governo golpista e pressionar para que regresse Zelaya, presidente deposto há três meses. "Estão a tentar estrangular-nos diplomaticamente", disse Urbizo.
        Diplomatas temiam que a presença de um representante do governo de facto significasse um aval implícito à participação de Honduras na Assembleia-Geral da ONU, que inicia as suas actividades no fim do mês.


Fonte: http://www.esquerda.net/



NÃO PERMITIR O GOLPE E RECHAÇA-LO, DE TODAS AS FORMAS!!:

             Atitude correta da diplomacia brasileira! Um governo democrático não deve aceitar dialogar ou participar de reuniões com golpistas. O golpe foi um atentado não só à democracia, mas ao povo que havia eleito Zelaya e que com certeza aprovaria as reformas propostas pelo governo.
             Talvez a grande mídia noticie com tons de reprovação. A mesma grande mídia que ataca de todas as formas o Governo de Hugo Chavez, mas cujos articulistas não falam uma linha a respeito da proposta de terceiro mandato do Presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, atrelado até a alma com os grupos paramilitares de direita e com os grandes e verdadeiros financiadores do narcotráfico na Colômbia.
            

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